sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Uma mistura de sensações únicas.

A obra de Robert Morris - "O labirinto de vidro" - que está sendo exposta no centro do Rio de Janeiro, na Cinelândia, em frente ao Teatro Municipal, tem gerado fascinação no público de todas as idades.
Ao criar um labirinto de vidro com o chão revestido de pedras, o autor nos dá a sensação de liberdade parcial, onde apenas a mente consegue flutuar e o corpo se mantém em constante jornada, tentando superar os obstáculos em busca da liberdade.
As reações do público, em geral, são das mais variadas. Alguns riem do próprio reflexo, outros da dificuldade de sair e outros das crianças e adultos que acabam batendo de cara no vidro ao caminhar no labirinto.
 
Por exemplo, ao observar minha filha de 5 anos e minha enteada de 8 anos de idade, pude notar que, para elas, aquele labirinto, no começo, era apenas uma brincadeira onde entrar e sair uma antes da outra era algo que as deixava eufóricas. Logo depois, elas começaram a andar no labirinto, olhando com mais atenção, sentaram em seu interior e conversaram olhando para o céu, dando a entender que sentiam a vontade de refletir sobre algo. Em seguida, a mais velha saiu e a menor ficou sozinha. Ao perceber que estava sozinha, ela começou a andar, mas a sensação de angústia não a deixava encontrar a saída. Então, ela se sentou olhando ao redor compenetradamente, até que viu alguém passando e, com um sorriso confiante no rosto, seguiu esta pessoa como se fora um guia em sua jornada de volta até a saída do labirinto.

Por outro lado, ao observar um casal de jovens que entrou logo em seguida, notei que eles se acabavam de rir ao perceber que, para caminhar dentro do labirinto, necessitavam manter as mãos rentes ao vidro com o intuito de evitar um choque, porém, ainda assim, em algumas curvas o choque era inevitável e as risadas instantâneas.

Ao analisar a diferenciada reação do público ao interagir com o labirinto de Robert, concluí que o vidro representa as barreiras culturais, o chão de pedras os obstáculos que a vida nos impõe, e os caminhos as opções que fazemos ao longo da vida.

A Obra é realmente fascinante. Não percam a oportunidade de vivenciar essa experiência.

Quem quiser visitar ou se informar sobre a obra e o autor pode obter mais informações através do site www.oir.art.br ou pelo e-mail: contato@oir.art.br

E não esqueçam de comentar aqui a sua opinião sobre a obra.


Por Priscila Guedes


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